Usuários do transporte público coletivo de Montes Claros estão insatisfeitos com o serviço prestado. No primeiro semestre de 2014 reajustes consecutivos foram aprovados, contrariando àqueles que utilizam diariamente esse serviço. Cerca de um ano depois do ocorrido, as reclamações ainda permanecem.
A universitária Dábia Daiany Araújo, depende do transporte público para ir à universidade. A estudante utiliza a segunda maior linha em circulação na Cidade, a 5802, e convive diariamente com a superlotação dos ônibus. “Na maioria das vezes, a quantidade dos ônibus não atende a demanda necessária, principalmente, para trabalhadores e estudantes que utilizam o transporte público”, relata a estudante.

Implantação de linha anexa diminui o fluxo de passageiros da segunda maior linha de Montes Claros / FOTO: Leandro Macedo
Emily Raissa Ramos, atendente de telemarketing, também é usuária do transporte público, todos os dias ela vai de ônibus para o trabalho e reclama muito do serviço. “Já cheguei atrasada ao trabalho por causa do atraso dos ônibus, que muitas vezes vêm lotados, considerando isso, não acho justo o valor que eu pago pela passagem”, conta.
Atualmente, as empresas Transmoc e Princesa do Norte prestam o serviço de transporte público coletivo, integradas à Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Montes Claros, a ATCMC. As empresas disponibilizam 39 linhas de circulação no sentido bairro-centro e centro-bairro, distribuídas em diversos horários, em funcionamento todos os dias da semana. Cerca de um milhão e oitocentas mil pessoas, por mês, utilizam o transporte público em Montes Claros.
O cálculo da tarifa paga pela passagem dos ônibus ocorre da seguinte maneira: por volta dos meses de dezembro e janeiro, as empresas que prestam o serviço de transporte público coletivo organizam a documentação de solicitação de reajuste, essa documentação é encaminhada à MCTrans, que inicia o processo de cálculo da tarifa, esse processo demora cerca de três meses para ser finalizado. Finalizado o processo, toda a documentação é enviada ao prefeito, que aprova ou não o reajuste. “Hoje a tarifa é de R$2,40, o cálculo dá as opções de R$2,35 a R$2,56 para que o prefeito decida o valor a ser aprovado”, exemplifica Silvan Silva, responsável pela diretoria de transporte público da MCTrans.
A MCTrans é uma empresa privada que presta um serviço de utilidade pública, que possui funções semelhantes às de uma secretaria da prefeitura de Montes Claros. Tudo que se relaciona ao trânsito e ao transporte público da Cidade é gerenciado pela Instituição que se organiza em duas diretorias: diretoria de transporte público e diretoria de trânsito. É através da empresa que os usuários podem fazer suas reclamações.
As queixas dos usuários do transporte público coletivo que chegam a MCTrans, são avaliadas e um estudado é feito sobre as regiões onde ocorrem mais problemas, para assim solucionar os transtornos. Um bom exemplo, é a superlotação da linha 5802, o problema foi estudado e solucionado por meio da implantação de uma nova linha, a 5602. “Aproveitamos o período de férias para fazer alguns testes, um dos testes que mais deram certo foi a implantação da linha 5602, anexa a 5802. As pessoas que se locomoviam para as regiões do Shopping Center, da rodoviária e do hospital Universitário utilizavam a 5802 e faziam um trajeto de pelo menos 55 minutos para chegar ao local desejado. Com a 5602, esse trajeto é feito, no mínimo, em 20 minutos. Assim, as reclamações que recebíamos em relação a 5802, diminuíram bastante”, esclarece Silvan Silva.
Valéria Froes, universitária, aprova a mudança. Ela utiliza a nova linha para ir à faculdade, que se localiza nas proximidades da rodoviária. “Agora não sou mais prejudicada pelo trajeto cansativo e não corro mais o risco de chegar atrasada a aula”, destaca.
O transporte público de Montes Claros também tem suas limitações devido aos problemas de infraestrutura da cidade. Os ônibus coletivos não passam por ruas de terra, o que impede que outros bairros sejam atendidos. Inspirado no projeto Move, implantado em Belo Horizonte, o articulado, foi testado em Montes Claros com a finalidade de auxiliar as linhas de ônibus, ao dividir o número de passageiros. Porém, por problemas de infraestrutura o projeto não foi adiante. O viaduto do Roxo Verde, por exemplo, impossibilitava a passagem do transporte articulado, logo, era necessário o rebaixamento do asfalto.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, Montes Claros está entre as cidades beneficiadas pela lei nº 12.587, que deve injetar recursos ao transporte público urbano. Essa lei institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC2. Sobre prazos para implantação, a secretaria de obras da prefeitura de Montes Claros foi procurada e preferiu não comentar o assunto.
O Transpecial
Em meio a tantos problemas e reclamações quanto ao transporte público, o Transpecial visa oferecer uma melhor qualidade de locomoção aos deficientes físicos de Montes Claros. Para que o portador de necessidades especiais se cadastre no projeto, é necessário procurar a MCTrans, portando um laudo médico que comprove a deficiência. Acionada, a MCTrans realiza uma perícia, que analisa o grau da deficiência e aprova ou não o cadastro do deficiente físico no projeto.
Ao dispor de nove veículos em circulação, o transporte especial busca o usuário em sua residência e o leva ao local pretendido. É imprescindível que o portador de necessidades especiais, devidamente cadastrado, faça o agendamento do dia e do local de destino com dois dias de antecedência. O deficiente físico não paga pela passagem. Cerca de 100 pessoas utilizam esse benefício diariamente.
O cadeirante, Joelson Gustão, utiliza o Transpecial há cerca de 20 anos e ressalta a qualidade dos ônibus que facilitam seu acesso à instituição de ensino superior em que estuda. “O Transpecial é um projeto muito bom. Os carros são novos, em ótimo estado, adaptados para atender nossas necessidades e os profissionais são selecionados, capacitados e treinados para nos levar até o local que precisamos chegar”, afirma.
Maria Aparecida Silva, portadora de uma deficiência que impossibilita o movimento dos braços, não teve a mesma oportunidade que Joelson. Ao procurar a MCTrans para realizar o cadastro, não teve direito ao benefício porque não era cadeirante. “Acredito que o acesso ao benefício não deveria ser somente para cadeirantes. As pessoas com outros tipos de deficiência e que possuem dificuldade para utilizar o transporte comum também deveriam ter acesso ao cadastro”, declara. Sem o acesso ao Transpecial, Maria Aparecida utiliza os ônibus coletivos comuns, a linha que ela utiliza não passa pela instituição em que estuda, portanto, ela precisa andar cerca de 20 minutos até chegar à universidade.
Silvan Silva assegura que a MCTrans já está trabalhando na inclusão de outros deficientes. “Devido a grande necessidade de locomoção de outros portadores de deficiência, não só cadeirantes utilizam o Transpecial. Estamos fazendo isso para oferecer uma inclusão maior aos portadores de necessidades especiais”, afirma.
Os usuários que ainda desejam fazer reclamações ou dar sugestões quanto ao transporte público coletivo, podem acessar o site http://www.mctransonline.com.br.
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